segunda-feira, 28 de outubro de 2013

  
 
 
BONECA-DA-CHINA 1
 
 
Um amigo pediu-me para lhe identificar uma árvore que tem no jardim. Como desconhecesse tal exemplar, enviei uma foto da folhagem e flor para um forum de identificação de plantas do Dave’s Garden e, pouco depois, lá apareceu a possível idenficação científica, que confirmei no Google.
 
 
 
É uma Radermachera sinica, conhecida vulgarmente em inglês por China Doll, ou Serpent Tree.
 
 
 
 
 A Boneca-da-China, ou Árvore-serpente, é uma planta de folha permanente e crescimento rápido que só a partir da década de 1980 começou ser comercializada pelos centros de jardinagem como planta de interior, muito apreciada pelo verde brilhante da sua folhagem e por tolerar bem os ambientes secos e aquecidos das habitações. Nestas circunstâncias, e num vaso grande, pode alcançar os 3 metros de altura, mas, normalmente, não chega a florir.
 
 
 
 
Como exemplar de jardim a Radermachera sinica é uma árvore que pode atingir os 30 metros de altura e um tronco com 1 metro de diâmetro. É originária do sul da China e o nome científico é uma homenagem a Jacobus Radermacher, naturalista alemão do séc. 18, que catalogou a flora de Java e Sumatra. O qualificativo sinica significa "oriunda da China". 
 
 
 
  
 
As flores são grandes campânulas, de curiosa forma antes de abrirem completamente. Há exemplares de flores brancas, amarelas e também púrpura. Depois da floração, que dura poucos dias, podem aparecer umas vagens muito finas e compridas que contêm sementes aladas, para mais facilmente serem dispersas pelo vento.

 

quinta-feira, 24 de outubro de 2013




CORNISO-DOS-HIMALAIAS
 
  
Foi difícil encontrar um nome comum em português para o científico Cornus capitata, como é classificada esta curiosa árvore de folha perene, originária dos Himalaias. Apenas se encontra referido no portal do Jardim Botânico do Porto como "Corniso-de-Bentham". E só no «Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa» se encontra a definição de corniso na acepção botânica.
  
 
  
 
 
 Em inglês a árvore é conhecida por vários nomes comuns, sendo o mais popular "Himalayan strawberry tree", uma referência clara ao aspecto dos seus frutos que lembram morangos, frutos que têm um diâmetro médio de 2,5 cm.
 
 
 
As verdadeiras flores, que aparecem em Junho e Julho, são pequenas massas esféricas de um verde claro, com mais ou menos 1 cm de diâmetro, rodeadas normalmente por quatro brácteas de um amarelo claro, de 4 a 5 cm de comprimento, como se pode ver na primeira série de fotos dedicadas à floração, obtidas em meados de Junho deste ano.
 
 
 
 
 Os frutos amadurecem de Outubro a Novembro. As fotos dos frutos foram obtidas em vários dias deste mês de Outubro e em diferentes horas do dia.
 
 
 
 
  
Tais frutos são comestíveis, embora algo insípidos, pelos menos os desta árvore, talvez devido às condições edafoclimáticas. Mesmo assim os pássaros parecem gostar do sabor, como mostra uma das fotos com os "morangos" já depenicados.

 
 
É fácil a propagação desta árvore por sementes. Foi através das sementes retiradas de uns frutos que a colega e amiga Fernanda Sal me ofereceu em meados dos anos 80 que, depois de secas, consegui fazer germinar num estufim e obter os dois exemplares que agora tenho, sendo este o mais desenvolvido e com frutificação mais abundante. 

 
 
 
 
 
  
Fernanda Sal  dixit: "Ainda existem ?!? Fomos nós que lhe trouxemos 2 frutos, já esmagados, dados pelo proprietário de um ateliê de cerâmica e pintura numa aldeia dos arredores de Sintra, arbusto ainda jovem e que ele tinha trazido dos Himalaias... Mas há quanto tempo já !!!..."
 
 

 Dado que esta árvore - Cornus capitata - descende em linha recta de um exemplar trazido dos Himalaias prefiro designá-la por Corniso-dos-Himalaias e não por "Corniso-de-Bentham", por ser um nome mais fácil de memorizar e, até, por já existir o Corniso-do-Japão (Cornus kousa), de flor branca e de frutos muito parecidos com estes.

 

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

 
 
 
 
KUMQUAT
 
 
 
 
 
 
 
 
O Kumquat (Fortunella japonica) é um citrino originário da China central. É uma árvore que não atinge grande altura e raramente chega ao metro e meio. O fruto é oval, de 2 a 5 cm de diâmetro, mas também pode ser redondo, dependendo da variedade. Os kumquats estão maduros quando a casca está cor de laranja.  Estas três primeiras fotos são de 2011, ano em que a árvore foi plantada. As seguintes são já desta semana.
 
  
 


 

Este ano a árvore está com boa produção e ainda há flores a abrir.
 

  

Quem goste de frutas ácidas pode comer o Kumquat inteiro, ao natural, pois a casca é comestível, pelo que deverá lavá-lo antes de o consumir. A sua utilização mais comum é na doçaria, principalmente em compotas, mas também em cozinhados.


  
 
Há também quem congele estes frutos e os use como cubos de gelo para tirar partido do seu efeito decorativo.
 
É um fruto rico em vitamina C e E, fibra, potássio e magnésio. Kumquat significa "laranja dourada" em chinês. As pequenas árvores de Kumquat também são utilizadas como plantas ornamentais devido ao brilho das suas folhas e às pequenas e delicadas flores que crescem durante o Verão.





sexta-feira, 4 de outubro de 2013

 
 
GLORIOSA
 
 



 
 

A GLORIOSA, LÍRIO-GLORIOSO ou LÍRIO-TREPADOR (Gloriosa superba) é uma planta fora do vulgar, oriunda de África. Tem uma textura herbácea, raízes tuberosas e flores muito decorativas. As folhas são lanceoladas, longas e brilhantes e apresentam uma modificação curiosa nas extremidades, que se transformam em gavinhas, o que permite a fixação e a ascensão da planta sobre qualquer suporte a que se possa agarrar, por vezes agarrando-se a ela própria com toda a força, ou ao exemplar a seu lado, como se pode ver nas fotos acima.

 

 
 



 
 
Tem um crescimento rápido nos meses quentes, podendo atingir até 2 metros de altura. As flores que são o espectacular encanto deste Lírio, surgem durante o Verão e têm uma característica muito peculiar: as sépalas, em tons alaranjados e vermelhos, quando começam a abrir viram-se para trás, expondo os ovários e estames, como se as flores estissem viradas do avesso, facto que também se pode observar nesta sequência fotográfica feita ao longo de um mês, desde o aparecimento das folhas-gavinhas até ao pleno desabochar das flores. No Inverno a planta entra em repouso e perde a folhagem. Neste período os rizomas podem ser removidos e separados, para serem replantados na Primavera seguinte.
 
 
 
 
  
 
 
A Gloriosa tanto se dá em solos bem drenados, leves e enriquecidos com matéria orgânica, como em vasos e floreiras, exigindo, porém, sol pleno ou meia sombra e regas regulares. Não precisa de ser podada.


 
   
Este ano já apareceram dois exemplares, o que quer dizer que o rizoma inicial se subdividiu no vaso onde se encontra e uma outra plantinha já vem a aparecer, mas só para o ano dará flores. Além da subdivisão dos rizomas a Gloriosa também se multiplica por sementes, as quais se assemelham, pela cor e forma, a pequenos grãos de romã. Mas na multiplicação por sementes este Lírio demora mais tempo a florir, por ainda não ter um rizoma suficientemente desenvolvido para suportar o crescimento da planta.
 
 
 
 
Na penúltima foto vê-se, à esquerda, uma flor a começar a abrir e, à direita, uma vagem com as sementes a amadurecer, vagem que só aparece depois de a flor murchar. A última foto mostra um grande plano de uma vagem.